A BYD confirmou hoje a montagem do Song Pro híbrido flex em sua nova fábrica de Camaçari, na Bahia. É a primeira unidade industrial da marca fora da Ásia e marca uma nova etapa da estratégia da empresa no Brasil. O investimento total no complexo é de R$ 5,5 bilhões, no mesmo local que abrigou a planta da Ford até 2021.
A fábrica já operava em fase experimental desde julho e agora inicia oficialmente a montagem em regime SKD (Semi Knocked Down), no qual os veículos são montados a partir de kits importados parcialmente desmontados. Na fase inicial, a capacidade produtiva é de 150 mil unidades por ano, podendo chegar a 300 mil veículos em uma segunda etapa.
Segundo a BYD os primeiros veículos montados no Complexo começam a chegar aos concessionários ainda no mês de outubro. Mas nesta primeira fase o Song Pro flex ainda não está incluído mas deve chegar brevemente ao mercado.
Song Pro híbrido flex
O Song Pro híbrido será o primeiro veículo da BYD montado no país com motorização flex. O SUV combina motor 1.5 quatro cilindros a combustão com propulsor elétrico, alcançando 235 cv de potência combinada e consumo acima de 20 km/l, segundo dados preliminares da marca. Na fábrica de Camaçari a revista Carro viu modelos como Dolphin Mini e King sendo finalizado nas linhas de montagem.
O vice-presidente sênior da BYD, Alexandre Baldy, destacou que o projeto marca o início da produção local de modelos híbridos adaptados à realidade brasileira.
“Entramos na era da eletromobilidade com um complexo que produzirá veículos super-híbridos com tecnologia flex”, afirmou.
A vice-presidente global da BYD e CEO da BYD nas Américas, Stella Li, declarou que a planta de Camaçari é “a mais moderna da América Latina” e reforçou o papel estratégico do investimento.
“A BYD é líder mundial em veículos limpos. Investimos mais de 56 bilhões de dólares em inovação e registramos 30 patentes por dia. O Dolphin Mini e o Song Pro serão os primeiros modelos produzidos aqui na Bahia”, disse.
Evento com autoridades e novos planos
A cerimônia contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente Geraldo Alckmin, do ministro da Casa Civil Rui Costa, do presidente da BYD Wang Chuanfu e do governador da Bahia Jerônimo Rodrigues.
Durante o evento, Lula destacou o simbolismo da retomada da produção industrial no estado após o fechamento da Ford.
“A Ford nos deixou, mas a BYD chegou para recomeçar. O carro fabricado aqui precisa ser acessível para o trabalhador que o produz”, afirmou o presidente.
A BYD informou que o Complexo de Camaçari será estratégico para sua operação na América Latina. Além do Song Pro híbrido, serão montados os modelos Dolphin Mini (elétrico) e King(híbrido), ambos com versões flex previstas para o futuro. O espaço também abrigará linhas para montagem de chassis de ônibus e caminhões elétricos, além de uma área dedicada ao processamento de componentes de baterias.
Estrutura e incentivos
O complexo ocupa 4,6 milhões de metros quadrados, o equivalente a 645 campos de futebol, e levou 15 meses entre a aquisição do terreno e a conclusão das obras. A marca já emprega 1.500 trabalhadores e projeta gerar 20 mil empregos diretos e indiretos ao longo dos próximos anos.
A BYD recebeu incentivos fiscais do governo da Bahia válidos até 2032. O estado também concede isenção de IPVA para veículos eletrificados de até R$ 300 mil e alíquota reduzida de 2,5% para modelos acima desse valor.
Expansão e ajustes
A marca lidera as vendas de veículos eletrificados no país, somando 170 mil unidades comercializadas em três anos, com destaque para os modelos Dolphin Mini, King e Song.
Durante a construção da fábrica, a empresa enfrentou fiscalização do Ministério do Trabalho, que encontrou 160 operários chineses em condições irregulares. Após um termo de ajustamento de conduta, a BYD rescindiu o contrato com a construtora responsável, Jinjiang Construction Brazil Ltd.
