Hoje mais de 65% dos carros vendidos no país são equipados com transmissão automática. Seja do tipo CVT, convencional ou de dupla embreagem, o sistema não requer manutenção desde que o óleo seja trocado em torno dos 80.000km. Há mecânicos que recomendam até mesmo uma troca de óleo a cada 40.000km dadas as condições de uso severo do trânsito.

A troca preventiva do fluido de transmissão é um dos cuidados mais importantes para garantir a durabilidade e o desempenho do câmbio automático. Com o tempo e o uso, o fluido sofre degradação térmica e perde suas propriedades de lubrificação e refrigeração, o que pode comprometer o funcionamento do sistema. Veja se o seu carro automático já não está dando sinais de que é preciso trocar o fluido.

1. Trocas de marcha com trancos, atrasos ou “patinando”

Alterações perceptíveis no comportamento das trocas de marcha são o primeiro alerta. Trancos, demora para engatar as marchas ou sensação de deslizamento (patinação) indicam que o fluido perdeu viscosidade e eficiência na formação da pressão hidráulica. Em transmissões mais modernas, o módulo eletrônico pode registrar falhas (DTCs) relacionadas à pressão interna ou à temperatura do fluido.
2. Mudança na cor e no odor do óleo

O fluido em boas condições tem coloração avermelhada e odor suave. Já um óleo degradado tende a ficar escuro — marrom ou quase preto — e apresentar cheiro de queimado. Essa alteração visual e olfativa indica oxidação, presença de resíduos metálicos e contaminação, fatores que reduzem a proteção das embreagens internas.
Faça a verificação do fluido por meio da vareta específica do câmbio. Assim é possível ver a coloração e possível odor.

3. Superaquecimento da transmissão
Quando o fluido perde sua capacidade de dissipar calor, o câmbio pode operar em temperaturas elevadas, especialmente em situações de esforço, como subidas longas, engarrafamentos ou reboque de carga. O superaquecimento reduz a vida útil de retentores e componentes de borracha, além de afetar o conversor de torque e a eficiência das trocas.

Os carros mais modernos trazem no painel digital a informação da temperatura de trabalho da transmissão. Ela deve ficar entre 87 e 92°C e o motorista deve estar atento a sinais de alerta.
4. Ruídos e estalos durante os engates

Estalos, chiados ou ruídos anormais ao engatar marchas são sinais de que pode haver desgaste mecânico ou lubrificação insuficiente. O fluido degradado forma depósitos e não mantém a película protetora entre as engrenagens, aumentando o atrito interno e acelerando o desgaste do conjunto.
5. Inspeção e troca preventiva

Diante desses sinais, o profissional deve avaliar a condição do fluido conforme o plano de manutenção do fabricante. Ignorar os sintomas pode resultar em falhas graves e custos elevados de reparo. A substituição preventiva do óleo é a forma mais eficaz de preservar os componentes internos e assegurar o funcionamento confiável da transmissão automática.
Vale lembrar que não existe apenas um tipo de fluido para transmissão automática. O proprietário deve consultar o manual do veículo para descobrir qual especificação certa antes de fazer a troca.